segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ao "Mérito" de Desabafar

     Começo a temer tamanha preocupação com a qualidade da educação básica das escolas públicas por parte de tantos, inúmeros que se manifestam aos montes deixando escapar por debaixo da pele de cordeiro sua verdadeira face de lobo. Indago-me tentando entender o "porquê" de tamanhas manifestações e intervenções só venham à tona, agora, que a lei das cotas socias, a qual garantirá 50% das vagas de Universidades Federais PÚBLICAS para alunos de escolas públicas, pode ser sancionada. Dou gargalhadas quando vejo, como ataque as cotas sociais afirmem que é inconstitucional, que não assegura igualdade, pois todos(da classe mais alta até a mais baixa) somos contribuintes e o que é PÚBLICO é de TODOS, quando no atual sistema vigente, mas necessariamente nas universidades PÚBLICAS(de TODOS) existe uma classe mais favorecida, ocupando grande parte das vagas, e ninguém nunca até hoje veio criticar ou colocar que é inconstitucional que as classes mais baixas não tenham o direito de acesso a este espaço PÚBLICO efetivado, pois em menor ou maior proporção somos também contribuintes.
     Mérito? Esclareçam-me, se possível, o que seria Mérito?
     Há muito tempo, eu, não ouvia se pronunciar demasiadamente está palavra. E nunca havia, até então, ouvido sequer falar em Meritocracia. De ínicio, observando superficialmente interessantissimo, palavra bonita, diria até que muito digno. Dai a César o que é de César e a João o que é de João. Para César foi dada a sua vaga no curso de Medicina e a João a oportunidade de trabalhar horas a fio por dia, num trabalho braçal , com direito a salário MÍNIMO, uma cesta básica e vale refeição. O que determinou o que era de César e que foi dado a João? Vejamos. A César um berço de ouro, boas refeições, acesso a lazer, esporte, cultura, saúde e sem esquecer uma educação de qualidade numa escola particular. João, bem, para João uma rede na sala, espaço dividido com os cinco irmãos, e uma disputadissima vaga nos armadores. A João uma refeição por dia garantida, duas quando a escola(pública) garantia a outra, não teve acesso a lazer, mas para que lazer quando se tem trabalho? E depois o trabalho dignifica o homem. É, nesse caso João ainda não era bem um homem, era pré-adolescente, e o que é um pré-adolescente senão um homem em desenvolvimento? (Ironicamente falando é claro.) Retornando a última pergunta são esses os fatores que determinam os "méritos" de quem acessa a universidade PÚBLICA?
     Ao longo da história muitos papéis foram distribuídos através de "méritos". Primeiro que durante longos e árduos anos, acreditou-se que as riquezas foram dadas por Deus aos merecedores, ainda hoje há quem acredite que é Deus quem concede a César o "mérito" de ser rico e ao João o de ser pobre. Através de "méritos" que brancos receberam o título de senhores e aos negros o "mérito" de serem escravos. Aos burgueses o "mérito" do trabalho intelectual e aos operários o do trabalho braçal. Posso está errado sobre tudo que venho afirmando e o que irei afirmar. Porém "mérito" me vem como um odor forte de desigualdade, opressão velada, num sitema onde se escolhe o melhor e o pior que se dane... Desculpem, nem sei se tenho o mérito ao "mérito" de me expressar.
     Acredito que as melhoras na educação de base devem vir com urgência para ontem. Assim como também concordo que "Cotas" não resolvem o problema como tal e qual como é, como não irão reparar as injustiças e atrocidades cometidas durantes séculos e séculos em nossa sociedade, e que em alguns anos não será necessário "cotas", pois nossa discussão já será outra o acesso livre as universidades. O que não consigo aceitar e não quero é que o João, os meus, os mais próximos, os mais distantes que a única maneira dada a eles por "mérito" de acessar uma faculdade seja o de tirar do seu salário MÍNIMO R$ 539,75,  para ter a esperança de alcançar o "mérito" de ter uma moradia digna e própria, o "mérito" de dar aos seus filhos o "mérito" de uma boa refeição, o "mérito" de ser mais humano e ser visto tal e qual os outros onde quer que esteja por ser humano, o "mérito" que nos é dado enquanto ser vivo, que por muitas vezes nos é tirado em grande escala de higienização, de ter direito à vida! Que não nos seja roubado, aquilo que chamam de "mérito", o mérito de sonhar e construir uma sociedade melhor.

De; Efferson Mendes

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Declarei Guerras

Tentei ser forte sem ser
Chorei no banheiro
Para ninguém ver
Como sou por inteiro
Eu nunca quis perder

Fingi que tudo bem
Que nada me preocupa
Nada mesmo, nada além
Mas reconheço minha culpa

Declarei guerras sem perceber
Querendo a coisa certa
O melhor para você
Que sempre mal me interpreta

Criei uma cápsula para esconder
Minha verdadeira face de você
Por puro medo de perder
Talvez precise desaparecer

É só o tempo que cura
Eu gosto tanto de você
Pena a vida seja tão dura
Um dia vamos nos entender

De: Efferson Mendes

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Estranho a Mim

Não, eu não sou o "certo"
Que por esse tempo alimentei
Ainda sou estranho a mim
Estranho sou na terra de vocês

Guardei em sigilo
Minha identidade
De forma tão segura
Que nem eu mesmo sei

Revelo-me
Pondero-me
Rebelo-me
Esqueço-me

Confundo-me
No meio de tanta bagunça
Medos, desejos, feitos
Uma hora a consciência expulsa

Guardei minha identidade
No meio de tanta bagunça
Não, eu não sou o "estranho"
Que por esse tempo alimentei

Medos, desejos, feitos
Confundo-me
Uma hora na terra de vocês
Revelo-me

Em sigilo
Esqueço-me
Que nem eu mesmo sei
Ao "certo", quem sou...

De: Efferson Mendes

sábado, 4 de agosto de 2012

Rendo-me

Quero me permitir
Viver um amor qualquer
De qualquer jeito
Sem muitas regalias
O primeiro que vier...

Abrindo mão dos compromissos
Cagando pras minhas responsabilidades
Quero em primeiro o amor!
Quero sentir por inteiro o verbo Amar...

Entrando em conflito comigo
E sem exagero
TÔ PROCURANDO
Em desespero

Alguém, ninguém
Quem
Aqui ou em Belém
Que me faça refém

Que construa comigo o "AMAR"

De: Efferson Mendes