quarta-feira, 20 de março de 2013

Sen(ter)tido

Dos dias tristes
Das nuvens cinzas
Das dores alheias
Ficou o incômodo

É difícil responder as perguntas
Superar as dúvidas
Vencer as prisões que nos cerceiam
Não se deixar levar pelo vazio que nos consome

Às vezes quero as pessoas
Sempre por perto, comigo
Com problemas ou sem palavras
Comigo!

Sou Possessivo!

Mas mantê-las por perto
É afastar o perigo
De ser só... de estar comigo...
Da vida perder sentido.

De: Efferson Mendes

quinta-feira, 14 de março de 2013

Tratando Aquilo Que Sufoca

Vês as folhas secas sobre o telhado?

Assim fizeram ao Amor.
O viram cair do galho
E o largaram agonizando ao sol.
Por dias intermináveis
E noites solitárias.
O Amor secou e como folha seca
Tem perdido sua cor, força
E está rachando, partindo-se em pedaços.

Será que alguém juntará os restos?

Que esse alguém não o junte por compaixão.
Compaixão não combina com Amor.
Amar por compaixão não é amar com paixão.
É justo, quando acaba a paixão, o fogo do amor,
Que por compaixão se ama.
Daí as folhas secas abandonadas no telhado
Que tem guardadas em si uma beleza rústica
Daquilo que um dia foi o Amor.

Mas o que exigir de folhas com dias contados?
O que esperar de um Amor Seco que só se deteriora?

Deixa esse Amor permanecer como essa imagem
Simples e fulgaz, porém singela
De flores secas sobre telhado
Para que um dia se lembrem de forma feliz
Daquele Amor que ficou exposto ao tempo.
O Amor que um dia foi folha verde.

Nos últimos tempos aprisionamos o Amor
O estrangulamos até a gota final.
Sugamos até o que não existe.
O medo de estar só tem nos deixado reféns
E como quem está com uma arma na cabeça
Obrigamo-nos a ter alguém
Para conosco ficar,
Para supostamente nos amar até o fim.

Encurralamo-nos uns aos outros em jogos de Amor
Que mais parecem de ódio
E na primeira oportunidade esfaqueamos o Amor.
Só então gritamos por socorro.
Sentimentos de culpa?
Por toda hora.
Nós assassinamos o Amor todos os dias.

Privações, ameaças, chantagens, ciúmes
Traições, mensagens, histórias e estórias,
Relações descartáveis, crimes passionais....

Alguém enquanto esperava tratar a asma
Refletia a vida, observou folhas secas
No telhado do hospital
Chegou numa conclusão
Um tanto quanto brutal:

O Amor é o corpo de um indigente
Com vários golpes de facas,
Manchando o asfalto de uma rua qualquer
Com o seu mel vermelho e preguento,
Com um coração que já não bate mais.

Talvez seja isto que restou do Amor...
De: Efferson Mendes

terça-feira, 12 de março de 2013

Vontade (Poesia Colaborativa)

Vontade de Mar
Vontade de A Mar
Vontade de entrAmar adentro!
Vontade de adentrar o amar.
Há dentro a vontade de amar
Dentro da vontade há o mar.
O Mar de vontade dentro do Amar
Ao mar a vontade de amar.


De: Altemar Di Monteiro e Efferson Mendes

quinta-feira, 7 de março de 2013

Cuidado!

Eu não escondo meus dramas
Transparecem minhas verdades
Escorrem pela boca chamas
Meus versos flamejantes ardem

Eu não tenho grana
Nem pouso de bom covarde
Exponho a cara a tapa
Com minha identidade

Como um bom ator
Não guardo remorso
Enceno quem sou
Logo quando posso

Tem partes de mim
Que só conhece quem encara
Quando me vê enfim
Cuidado! Não uso Máscara.

De: Efferson Mendes

domingo, 3 de março de 2013

Feito (a)Pena(s)

Aos Cinemas, As Poesias
Aos Encontros de Amor
Sinto muito por não sentir nada
Com exceção do excesso de Solidão

Uma Paixão em Segredo
Velada pelo Silêncio de quem sente
E se nega contar a amante
Mas rasga nos ouvidos dos amigos

Acompanho a voz de Cazuza
Em sua canção
Como uma prece
Grito:

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida"

Lembro aos que amam
Que é fruta mordida
Não é apodrecida
E também que é amor
Mas não de qualquer sabor

Porém ninguém ouviu
O meu cantar, o meu penar
Nem mesmo elas
Nem mesmo eles

São Fernandas, Lilians, Rogês, Luanas
Natans, Renatas, Renans, Alefs, Targinos
Silvias, Marcios, Brunos, Thiagos, Cicis
Gabriels, Michelles, Dayanas, Kadus, Pedros
Júlias e constantemente Effs que sofrem e vivem de amor

A nós resta entender que
Tudo que disse essa Poesia,
A Vida e o Amor
Já é sabido e se resume num ciclo

Poetizado por Drummond
Musicadaptalizado por Buarque:

"Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava 
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha"


De: Efferson Mendes