Oito e meia da manhã. Naquele momento ele já estava sedento de mudança. Pensou como seria o seu dia, sua semana, seu mês e sua vida inteira.
Oito e trinta e um. O sol entrava pela janela. Atrapalhava sua visão. O claro lhe incomodava. Fechou os olhos para não ver.
Oito e trinta e dois. Ouvia apenas o som dos ventiladores. Todo o resto era nada perto do barulho chato dos ventiladores. Tampou os ouvidos.
Oito e trinta e três. Boquiaberto sentia um gosto fraco, meio amargo, quase sem gosto... Ele não gostava dessa sensação. Salivou e a boca fechou.
Oito e trinta e quatro. Na sala havia um cheiro desinteressante. Não lhe agradava. Colocou tampões nas narinas. Não queria correr o perigo daquele cheiro desinteressante que não lhe agradava entrar pelas suas vias nasais.
Oito e trinta e cinco. Já não sentia nada. Nada nesse mundo incomodava-o. Era um ser em um perfeito momento de transcendência. Era a transição. Eram apenas alguns minutos e todos os seus sentidos. Era a eternidade da alma e a transcendência do corpo.
De: Efferson Mendes
Que lindo!!!
ResponderExcluirA eternidade da alma com a transcedência do corpo. Experiências assim valem tanto a pena sabia? Pena que as pessoas ainda não conseguem contemplar-se dessa forma e não chegam a esse estado em tão pouco tempo.
bjo effim.