quinta-feira, 7 de abril de 2011

Humanos Bolhas de Sabão

Como uma bolha de sabão ganhou seu espaço e sumiu no tempo.

Um dia concordarão comigo. Seres humanos, nós, não somos bolhas de sabão.

Elas dançam em conjunto, lentamente no tempo e quando são percebidas no auge do seu espetáculo, somem.

Foi no centro da cidade. No meio de toda aquela multidão. Estava andando. Andando depressa. Não, eu não andava. Na verdade eu corria. Não percebia nada ao meu redor. Apenas a vontade de ultrapassar todos e de chegar à parada de ônibus me consumia. E inesperadamente um ser de transparência colorida arco-íris brilhante desimportante tomou uma atitude ousada e me beijou. Ai... Eu me senti humanamente amado por aquela bolha. Naquele momento todo mundo girava em câmera lenta. Meu coração voltou a bater. Agora existia sangue transpassando minhas veias. Naquele momento meu corpo tornou a pulsar.

Pla... E eu ganhei a vida. Profundamente amado. Carinhosamente tomado pelos toques sutis do ser de uma transparência arco-íris brilhante desimportante.

Toque. Tudo é questão de toque. Só me conhece quem me toca. Toque. Me toque. È permitido tocar. Sinta-me. Com cuidado. Lembre-se sou humano. Humano bolha de sabão. Me compreende agora? Tato. Sensibilidade. Humanidade. Abraço, beijo, cheiro, carinhos... Compreende?

Quero bolhas de sabão humanas. Quero toques sutis de surpresa, complexidade na dança, no viver e beleza simples. Não. Eu quero humanos bolhas de sabão que dominem a dança da vida, que tenham beleza simples e se entreguem inteiramente no toque, e despidos de sua transparência sumam no tempo, deixando a lembrança de quem intensamente amou e viveu.

Não é questão de tempo. É de sentimento. Não é questão de tamanho. É de intensidade. Bolhas de sabão. Bolhas. Dançam no vento. Somem no tempo. Simples assim. Pla...

Seres humanos, nós, não somos bolhas de sabão. Concordam comigo?

De: Efferson Mendes

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